Você está aí? Espero que não... Não fica aqui, não quero que você saiba o quanto gosto dos teus olhos castanhos. Teu cabelo da cor de jabuticaba que me tira o foco, teu cheiro tão bom como de chocolate quente em um dia frio. Mas vai embora, fica longe, ou fica aí sem se mover, deixa eu te admirar de longe, essa tua camisa te veste bem, nem sei se já te falaram. E esse teu perfume, onde comprou? Me fala! Prometo que não compro e espalho pela minha casa e fico te imaginando de pijama perguntando o que tem para o jantar.
Fica longe, deixa eu te observar, deixa eu ver os teus traços nitidamente desenhados, essa sobrancelha preta que tem seu realce pretensioso, elas tomam todo o espaço rapidinho. Fica aí, ou não, fica olhando desse jeito, engana quem não te conhece, vai, está tudo bem, eu conheço esse olhar, tão atraente e vidrante como um Louboutin usado em uma noite em Paris.
Vai lá, para de ficar me seduzindo com os toques da tua pele tão macia ao tocar com tranquilidade, com gostinho de conforto, com o poder de regularizar a temperatura mais minha do que sua . Vai, ou fica. Faz o que achar melhor, só fica na mira, fica até onde ainda consigo te focar, fica contra luz, fica a favor da luz, não importa mesmo, até tua sombra diferencia das outras, eu conheço, eu marquei.
Pode ir, e não estranha quando digo que decorei o número da tua calça, ou o formato dos teus dedinhos do pés. Não estranha quando digo que decorei teu número até mesmo de trás para frente e vice versa, é normal. Pode ir, pode voar, só fica perto, ou não fica, eu te acho mesmo assim, é fácil, eu te conheço de longe.
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